Fraude no leite do RS
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MP investiga envolvimento de empresários na nova fraude (Foto: Marjuliê Martini/Divulgação)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou nesta quarta-feira (3) a sétima etapa da Operação Leite Compensado após constatar uma nova fraude no leite produzido e distribuído na Região Norte do estado. Desta vez, o esquema consiste em adicionar água e sal no produto. Estão sendo cumpridos 17 mandados de prisão preventiva e 17de busca e apreensão em seis municípios gaúchos. Entre os envolvidos estão produtores, transportadores, funcionários e donos de dois postos de resfriamento da região. O MP ainda não divulgou o número de pessoas presas.
As amostras foram coletadas de caminhões que transportavam o leite e em tanques das empresas Cotrel, de Erechim, e Rempel, de Jacutinga. Também ocorrem buscas em Gaurama, Maximiliano de Almeida, Machadinho e Viadutos. A maior parte é distribuída no estado, mas outra parte vai para Santa Catarina. O MP catarinense acompanha a operação.

Caminhões de transportadoras foram apreendidos (Foto: Marjuliê Martini/Divulgação)

Caminhões de transportadoras foram apreendidos
(Foto: Marjuliê Martini/Divulgação)

De acordo com o MP, a fraude consiste na adição de água no leite por parte de alguns produtores de leite nas cidades de Viadutos, Machadinho e Maximiliano de Almeida. Conforme as investigações, os presos, tanto os produtores quanto os motoristas, adicionavam sal ao leite com água para ampliar o ponto de congelamento do alimento e mascarar a fraude econômica. Há 62 laudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontando adição de água no leite coletado.
Segundo as investigações, a regra era a adição de água na proporção de 10% do volume. No entanto, alguns produtores chegaram a adicionar 200 litros de água em 500 litros de leite (produção média diária das propriedades), uma adulteração de até 40%. O valor resultante da fraude era dividido mensalmente entre produtores, motoristas e empresários.
O leite era coletado pela empresa Transportes Rafinha, dos sócios Walter Roberto Krukowski e Paulo César Bernstein. Eles trabalhavam, também, como motoristas de caminhões refrigeradores, assim como os funcionários da empresa Divonir Longo Rambo, Sidmar Ribeiro Rodrigues, Indionei Eliezer de Souza, Genoir Roque Hojnowski, Paulo César Ruhmke e Matheus Alberto Burggraf.
Depois de adulterado, o leite era entregue em dois postos de resfriamento: Rempel & Coghetto Ltda, em Jacutinga, e Cotrel (Cooperativa Tritícola Erechim Ltda), em Erechim. Faziam parte do esquema o proprietário do posto em Jacutinga, Amauri Rempel e as laboratoristas Andresa Segatt e Elizete Marli Bessegato, bem como os sócios da Cotrel, Arino Adalberto Adami e Angelo Antonio Paraboni Filho.
Os responsáveis pelas empresas tiveram as prisões preventivas decretadas por receberem o produto adulterado e não informarem ao Mapa da fraude. As laboratoristas eram as encarregadas de fazer alterações ou omitir dados nas planilhas de análises de leite para o controle posterior do Mapa.

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Promotor Mauro Rockenbach (ao centro) comanda ofensiva (Foto: Marjuliê Martini/Divulgação)

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